terça-feira, 22 de setembro de 2009
ENSAIOS E TEORIAS SOBRE aquele gesto
Era quase 8hrs da manhã, estava no ônibus a caminho da USP, naquele trânsito infernal da nossa maravilhosa São Paulo. Olho pela janela e observo uma moradora de rua, notei que ela tinha uma "moradia" bem organizada. Ela estava numa parte mais larga da calçada, enconstada no portão de um parque, onde cabia direitinho as suas coisas sem atrapalhar a passagem. Tinha um colchão, um cobertor, um carrinho de supermercado onde ela guardava suas coisas, tinha uma caixa de isopor onde supinho que tinha comida, tinha um "forno" de tijolos com uma panela velha, tinha até uma lona amarrada no portão, onde só bastava amarrar uma das extremidades para que sua "residência" ficasse coberta. Fiquei observando seu comportamento por alguns instantes. Ela estava sentada no seu colchão com as pernas cruzadas (na posição de "índio", popularmente falando), tinha um cigarro na mão direita e uma biblia em sua frente, sobre o colchão, que lia e virava as páginas com a mão esquerda. Entre uma lida e uma tragada, ela erguia a cabeça e observava o que acontecia ao seu redor, ficava olhando as pessoas que passavam na sua frente. Eu estava observando seu comportamento e sua reação mediante as pessoas que por ali passavam, e percebi que quando passava alguém bem vertido, um rapaz com um belo terno e uma maleta na mão ou uma moça com um elegante vestido e uma bolsa bem chique, ela olhava comc erto encanto, comos e tivesse admirada com aquelas pessoas, mesmo que fosse ignorada por elas. Ela estava lá a observar as pessoas ao seu redor, quando seus olhos me encontram e percebe que eu estava a observá-la. Do jeito que ela me olhava, tenho certeza de que na cabeça dela eu era apenas mais um que a observava com desprezo e indiferença. Confesso que não sei o que estava pensando naquele momento, mas sei que não era desprezo e indiferença, talvez pena, dó por ela estar naquela situação. Fiquei surpreso quando ela me comprimentoou com a cabeça e gesticulou com a boca dizendo "bom dia!". Eu respondi o comprimento movendo minha cabeça e com um sorriso tímido no rosto. Naquela hora, a única pessoa de que senti pena foi eu mesmo... Leonardo Tadashi Nakasone de Paula
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15 comentários:
nossa acho que as algumas vezes deixamos passar despercebido os moradores de rua esquecemos que eles tem historia e muitas vezes estão ali por varias razões ...
www.ruivosuburbano.blogspot.com
de longe, teu melhor ensaio.
Sem mais. ♥
Querido amigo avassalador...Leonardo.
Gostei de sensibilidade sem cliche do texto. mais ainda do nome!TODO SUJEITO É LIVRE PARA CONJUGAR O VERBO QUE QUISER..." muito bom mesmo!
Imitando o comentário de cima,gostei muito do título do blog!
Muito bom o texto,volta e meia me deparo nesses tipos de situações.
muito bom o texto não cai na linguagem cliche como alguns por ai!
Retrato do Brasil...pensar que as pessoas que passam mais dificuldades, conseguem sorrir pelos motivos mais simples. Quantas vezes ouvimos pessoas que possuem todas as coisas que desejam falarem que seu dia está péssimo, mas não pensam em como pode estar o dia de tantas outras que "sobrevivem" com quase nada...
Ótimo texto, como sempre!
Juro q fiquei arrepiada qndo terminei d ler.
Deveríamos dar mais valor ao q temos e passarmos a olhar e ajudar mais aqueles q ñ tem. Afinal, um outro mundo é possível...
xD
onde este blog estava que eu ainda não havia encontrado?
muito bom o texto.
http://www.dolipo.blogspot.com
Olá Leonardo...
Como vai!?
Sou a garota do blog: http://www.tloag.blogspot.com/
Vi seu post lá! ^^
Agradeço-lhe o elogio! *-*
Achei seu blog MTO interessante!
Muito bom o testo!
Parabéns!
Sobre o grupo de dança... tenho sim! Não temos um estilo definitdo. Dançamos Hip-Hop, PoP...
E sobre o msn, tudo bem! ^^
Mas não entro muito nesse msn! Questão de privacidade! shuahsuahsuhausa... Procura esse e-mail no orkut, tenho um perfil lá! ^^ Mas quando eu entrar no msn podemos conversar!
Agradeço a visita! Volte sempre! *-*
bjs...
;*
Nossa, incrível, isso nos faz pensar na quantidade de vezes que passamos por moradores de rua e não damos atenção, somos mesmo dignos de pena
Com certeza ninguém é melhor que ninguém. E felicidade é uma condição de espírito.
Com certeza ninguém é melhor que ninguém e felicidade é uma condição de espírito.
http://www.otempo.com.br/blogs/?IdBlog=39
Menininho do Taikô - Tadashi!!
Mil anos depois passo aqui no seu blog pra fazer um breve comentário. Li seu post e é importante saber que ainda há pessoas como vc que, simplesmente, saiba olhar para os lados, sem apenas ignorar a situação em que algumas pessoas vivem em nossa cidade... e para isso, é importante que a gente reflita nisso a cada dia, a fim de lutarmos por um país melhor, nem que seja na educação (que é a minha última esperança!!)
Adoreeeei saber que vc tb quer ser professor!! Mais um companheiro, mesmo sendo o MENININHO DO TAIKÔÔÔ!!!
Bjus!
PS: Sou corinthiana, maloqueira e sofredora, graças a DEUS!! rsrs
Rapaz, q coisa interessante e bonita! parece coisa de cinema e de cinema eu entendo hehe... parabéns pelo blog e sucesso sempre.
Araço do amigo cinemeiro Érico
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